quinta-feira, 29 de março de 2012

Sinta a fúria!

Uma década depois de heroicamente derrotar o monstruoso Kraken, o semideus Perseu (Sam Worthington) está tentando viver uma vida tranquila como pescador em uma aldeia e como pai solteiro de seu filho de 10 anos, Helius.

Enquanto isso, uma batalha entre deuses e Titãs pela supremacia tem início. Perigosamente enfraquecidos pela falta de devoção da humanidade, os deuses estão perdendo o controle dos Titãs encarcerados e de seu feroz líder, Cronos, pai dos irmãos Zeus (Liam Neeson), Hades (Ralph Fiennes) e Poseidon (Danny Huston). O triunvirato havia derrotado seu poderoso pai há muito tempo atrás, deixando-o apodrecer no sombrio abismo do Tártaro, uma masmorra que fica nas profundezas do cavernoso submundo.

Hades, junto com o filho divino de Zeus, Ares (Edgar Ramirez), quebra sua lealdade e faz um acordo com Cronos para capturar Zeus. A força dos Titãs aumenta ainda mais quando os poderes divinos restantes de Zeus são desviados e o inferno é desencadeado na terra. Ajudado pela rainha guerreira Andrômeda (Rosamund Pike), pelo filho semideus de Poseidon, Agenor (Toby Kebbell), e pelo deus caído Hefesto (Bill Nighy), Perseu bravamente embarca em uma perigosa busca no submundo para salvar Zeus, derrotar os Titãs e salvar a humanidade.

Com direção de Jonathan Liebesman, essa é a história de Fúria de Titãs 2 (Wrath of the Titans, 2012), que estréia neste fim de semana. Nos trailers e clipes vemos inúmeras criaturas mitológicas, que agora já foram identificadas: além do Ciclope e do Minotauro, temos o titã Cronos (o gigantesco monstro de lava), vários Makhai (o guerreiro de dois corpos) e a Quimera (o tal cachorro de duas cabeças que achei que fosse o Cérbero).


Expectativa 1000!

segunda-feira, 26 de março de 2012

A deusa, o herói, o centauro e a justa medida

No último sábado, aconteceu o lançamento do livro A deusa, o herói, o centauro e a justa medida, escrito e ilustrado por Favish. O autor criou poemas narrativos inspirados livremente na mitologia grega com vocabulário atual - e bem brasileiro! Ainda não li a obra (assim que o fizer, comento por aqui), mas sei que Acteon, Ártemis e Quíron são importantes.

Estive presente no evento e adquiri um exemplar autografado! Em rápida conversa com o autor carioca, fiquei sabendo que a proposta é fazer outros volumes da série Mil e Um Mitos com outras mitologias. Não só fiquei feliz com a notícia como coloquei o blog à disposição!

Série Schizo, de Ofra Amit
Quem quiser um exemplar, entre em contato com a Livre Galeria, responsável pela publicação. Aliás, o lançamento ocorreu durante a 1ª MACLI - Mostra de Arte Contemporânea em Literatura Infantil, organizada pela galeria. Com obras do próprio Favish (que estão no livro), Fernando Vilela (SP), Ofra Amit (Israel), Juliana Bollini (Argentina) e John Parra (EUA), a mostra fica até 26 de maio.

domingo, 25 de março de 2012

Barrados na mitologia

Estava eu pesquisando o ótimo site IMDB (Internet Movie Database, tudo o que você quiser sobre a carreira de algum ator/atriz, filme ou série de TV) e de repente descobri que, em 2009, a rede BBC fez uma minissérie super curta de 6 episódios sobre mitologia grega chamado Myths.

Qual é a novidade? É que fizeram um tipo meio Barrados no Baile, jovens do século XXI são os personagens clássicos da mitologia com direito a Zeus, Hera, Atena, Hades, Dédalo, Eurídice, Orfeu e por aí vai. Os episódios são:
  1. Páris e as Deusas
  2. O Chamado das Sereias
  3. A Queda de Ícaro
  4. O Olho do Ciclope
  5. O Amor de Narciso
  6. Fuga do Submundo
Dá pra ver on line, mas pela quantidade de episódios e pela divulgação quase nula, é fácil imaginar o resultado, não? Mesmo assim, é mais uma interessante forma de abordar esse vastíssimo assunto. Aliás... bons roteiristas poderiam transformar a mitologia grega numa série tensa! Com várias e várias temporadas!!!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sobre a felicidade

Epicuro de Samos (341-270 a.C.) foi um filósofo ateniense do período helenístico. Reformulou alguns pontos da filosofia atomista e a ensinou em seu Jardim, um local onde acampava com seus amigos e discípulos, dividindo conhecimento e os poucos bens numa vida ascética e serena.

Para resumir: seu maior objetivo era encontrar a felicidade. A caminho dela estariam as dores e os prazeres. Mesmo sendo difícil de evitar as dores físicas, Epicuro frisava que elas não são duradouras e podem ser suportadas com as lembranças de bons momentos que o indivíduo tenha vivido. Piores e mais difíceis de lidar são as dores que perturbam a alma, pois podem continuar a doer mesmo muito tempo depois de terem sido despertadas pela primeira vez. Para essas, Epicuro recomenda a reflexão. Associou as dores da alma às frustrações, em geral, oriunda de um desejo não satisfeito.

Epicuro também se afastava das religiões que transformavam os deuses em seres instáveis com paixões humanas. Esses precisavam ser temidos. Segundo ele, os deuses viviam em perfeita harmonia, desfrutando da felicidade divina e não se preocupariam tanto em atormentar o homem de qualquer forma. Eles, portanto, deveriam ser tomados somente como modelos de bem-aventurança. Desta forma, procurou tranquilizar as pessoas dizendo que não havia por que temer os deuses nem em vida e nem após a ela. Como não estaríamos mais de posse de nossos sentidos depois de mortos, seria impossível sentir alguma coisa, como o medo. Logo, seria nosso dever maximizar nossa felicidade antes de morrermos.

Em Carta sobre a Felicidade (a Meneceu), o filósofo escreveu sobre isso. Leia um pequeno trecho do fim:
[...] Mais vale aceitar o mito dos deuses, do que ser escravo do destino dos naturalistas; o mito pelo menos nos oferece a esperança do perdão dos deuses através das homenagens que lhes prestamos, ao passo que o destino é uma necessidade inexorável.

Entendendo que a sorte não é uma divindade, como a maioria das pessoas acredita (pois um deus não faz nada ao acaso), nem algo incerto, o sábio não crê que ela proporcione aos homens nenhum bem ou nenhum mal que sejam fundamentais para uma vida feliz, mas, sim, que dela pode surgir o início de grandes bens e de grandes males. A seu ver, é preferível ser desafortunado e sábio, a ser afortunado e tolo; na prática, é melhor que um bom projeto não chegue a bom termo, do que chegue a ter êxito um projeto mau.

Medita, pois, todas estas coisas e muitas outras a elas congêneres, dia e noite, contigo mesmo e com teus semelhantes, e nunca mais te sentirás perturbado, quer acordado, quer dormindo, mas viverás como um deus entre os homens. Porque não se assemelha absolutamente a um mortal o homem que vive entre bens imortais. 
  Meditemos, então, para encontrarmos a nossa felicidade.

sábado, 17 de março de 2012

Dia de São Patrício

Importantes figuras históricas são freqüentemente escondidas pelos mitos e lendas atribuídos a eles durante os séculos, e São Patrício não é uma exceção. Acredita-se que ele tenha nascido no final do século IV, mas é confundido com Palladius, que foi enviado em 431 pelo Papa Celestino para ser o primeiro bispo dos católicos irlandeses (sem sucesso, acabou na Escócia). O que se sabe sobre São Patrício vem de seus escritos autobiográficos.

Magnonius Sucatus Patricius nasceu em uma família rica da Bretanha romana. Seu pai e avô foram diáconos na Igreja. Aos dezesseis anos, teria sido raptado por piratas irlandeses e levado para a Irlanda como escravo. De acordo com sua confissão, seis anos depois de pastoreio escravo, Deus lhe disse, em sonhos, para fugir de seu cativeiro para o litoral, onde ele iria embarcar em um navio e retornar a Bretanha para se tornar padre. Já como bispo, alegou ter recebido em 432 um chamado para regressar e evangelizar a Irlanda.

Numa Páscoa, Patrício teria acendido uma fogueira para seus seguidores. No entanto, nesta época do ano, era costume apagar todas as chamas para que, em um ritual pagão, uma nova luz fosse acendida trazendo bons presságios. Os druidas exigiram que o rei celta Laoghaire apagasse aquela chama. Patrício foi convocado para se explicar, mas seus seguidores o acompanharam entoando a Lorica, um hino que passou a ser chamado de "Couraça de São Patrício". O fervor dos seguidores teria impressionado o rei celta que aceitou ouvir os ensinamentos do bispo. Alguns escritos celtas dizem que Patrício chegou a vencer os druidas em um concurso de magia.

Um mito cristão diz que Patrício foi perseguido durante os quarenta dias da Quaresma por uma nuvem de demônios em forma de corvos negros que escureciam o céu. Orando e balançando um sino para dispersar os agressores, ele teria recebido a ajuda de um anjo que afastou os demônios e disse que o povo irlandês cristão havia sido abençoado.

Depois de quase trinta anos de evangelização, Patrício faleceu no dia 17 de março de 461 e foi enterrado em Downpatrick. O Livro de Armagh (manuscrito do século IX também chamado de Canon of Patrick) diz que ele morreu com 120 anos, em 493. Seu maxilar foi preservado num santuário de prata e sempre é pedido em casos de epilepsia, nascimentos e como proteção contra "mau olhado".

Apesar do êxito de várias missões à Irlanda empregadas por Roma, Patrício perdurou como o missionário fundador da Igreja Católica na Irlanda. Dizia-se que ele teria "tirado as cobras da ilha": após jejuar por 40 dias, foi atacado por serpentes mas as baniu com uma forte reza. Por essa razão, em algumas gravuras do santo, ele aparece esmagando esses animais com seu cajado. Mas sabe-se hoje que nunca existiram cobras no local. Portanto, é possível que essa expressão venha do símbolo representado pela serpente nos rituais pagãos celtas. Considera-se Patrício aquele que converteu chefes guerreiros e druidas ao cristianismo, batizando-os nas Holy Wells.

E O VERDE?
A Irlanda é também chamada de "Ilha Verde" por causa da exuberância de suas árvores na primavera. Dizem que São Patrício usou um trevo (três folhas unidas por um único caule) para explicar a Santíssima Trindade aos pagãos celtas. Com isso, fitas verdes e trevos eram usados nas celebrações a partir do século XVII. Na rebelião irlandesa de 1798, soldados irlandeses vestiram uniformes verdes no dia 17 de março na esperança de chamar a atenção pública à rebelião e propagar seus ideais políticos.

DIA DO SANTO E DO PORRE
17 de março se tornou Dia de São Patrício (Saint Patrick's Day), quando os países que falam a língua inglesa celebram o padroeiro da Irlanda Cristã, vestindo-se de trajes verdes, saindo às ruas em passeatas festivas com muita bebida. A bebedeira intensa se deve à liberação ao álcool da Igreja Católica da Irlanda no período da quaresma. Como muitos jejuavam, o porre era certo!

Tornou-se feriado público no ano de 1903. Com o passar do tempo, as conotações religiosas da comemoração do dia foram ficando cada vez mais distantes, e a data passou a ser uma celebração da amizade e da cultura irlandesa... com muita cerveja!

Como no Brasil, tudo é motivo pra festa... Feliz Dia de São Patrício!

PS.: A cerveja verde que se vê nessa época não tem muito mistério... é só usar anilina comestível azul e você beberá um chopp verde em homenagem ao santo!